Pequenos atos de luz

    Há alguns dias durante minha rotina diária de navegar na internet deparei-me com um certo filme de curta metragem chamado “O outro par”.



    Ainda ingênua em relação ao que estava por vir, decidi abrir tal vídeo crendo tratar-se de uma simples história de amor. Eu não poderia estar mais errada em minha suposição. Na verdade, tal obra cinematográfica retrata a história de dois garotos: um pobre e um rico, e a gritante desigualdade existente entre os dois, que neste caso é explorado de forma simbólica pelos calçados.

    O curta metragem é lindo, tocante. Ele é universal sem precisar de palavras, conversa através de cotidianos. Especificamente no ápice, quando o sapato é acidentalmente derrubado pelo garoto rico e o garoto pobre fervorosamente tenta devolvê-lo para seu dono, não pude evitar comparar tal ação louvável com os atos que praticamos em nossa rotina, ou melhor, que deveríamos praticar.

    Caro leitor, como nós bem sabemos, é hipocrisia comover-se durante o curta e após fechar a aba da internet esquecer-se de colocar em prática aquilo que ele despertou-lhe. Contudo, também é verdade  que o problema da humanidade sempre foi almejar as coisas grandes e esquecer-se daquilo que está à sua volta: queremos ir à Marte, mas nem sequer cuidamos do nosso planetinha azul. Queremos ser médicos, mas não valorizamos os professores. Queremos respeito, mas não respeitamos. Culpamos a corrupção do governo, mas mesmo estando cientes que os assentos do transporte público são preferenciais, damos a preferência a nós mesmos.

    Porém, apesar de tudo, nossas escolhas nos pertencem, o que me leva a acreditar que não seja tarde, ainda podemos mudar nossos atos. Recuso-me a crer, querido leitor, que nós - a humanidade- estejamos fadados ao egoísmo. E mesmo se fosse algo genético, nosso DNA já sofreu tantas mutações, por que não mais esta?

    Somos nossa única esperança! Sejamos então nossos heróis pessoais: vistamo-nos de amor, coloquemo-nos pois a sorrir com empatia e agir com bom senso. Façamos isto e observemos raiar a luz de um novo dia. Um novo amanhã, onde não somos governados pelo egoísmo, mas pela cumplicidade e senso de grupo. Comecemos a mudar o mundo com esses pequenos atos de luz.

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