A mãe progenitora - texto originalmente postado na plataforma Sweek



Nesta noite deitei-me um tanto quanto agitada, o horário já era avançado, no entanto, a inquietação que tomava conta de meu ser era maior que a consciência do cansaço que me assolaria no dia seguinte.

Me levanto de forma lenta e sigo a passos calmos para a janela de meu apartamento. Sento no chão, em frente ao enorme vitral que me permite obter uma vista privilegiada da capital. Apesar de todos os prédios e edifícios grandiosos iluminados, as únicas luzes que captam minha atenção são as das estrelas, que apesar de serem pouco intensas devidos às atividades antropocêntrica do centro urbano, se fazem constantemente presentes.

Ao concentrar minha atenção aos diversos pontos de luz distantes, minha mente começa a divagar acerca dos acontecimentos que ocorreram durante o dia, de forma que não percebo quando minhas pálpebras se tornam pesadas e vem a se fechar, me agraciado enfim com o tão aguardado descanso.

Tenho alguns instantes de intervalo antes que minha consciência retorne, porém de forma que, ao abrir os olhos não mais me encontro em meu apartamento, em minha cidade, em meu país ou em meu planeta.

Acordo e estou no vazio cercada por um mar de escuridão, olho a minha volta e de repente a avisto, toda esplendorosa a ser banhada pelo sol. Ela que é mãe e progenitora da vida: a Terra.

Ao avistá-la sinto um terror crescente tomar conta de meu ser: se não estou na proteção propícia à vida proporcionada pela esfera azul, então, onde estou? Como cheguei até aqui?

Essas questões me levam a outras até que chego a uma terrível constatação: a falta de oxigênio impede minha respiração.

A partir do momento em que tomo ciência a respeito de tal situação, o desespero me invade e na tentativa de obter alguma fonte de ar, acordo com uma dor terrível em meus pés após os colidir com força contra a quina de um móvel que se situava perto de onde jazia meu corpo dormente.

A experiência de alguns momentos antes fora uma maquinação de minha mente. Levanto do chão com alguma dificuldade e caminho a passos tortuosos para minha cama, devido as dores de ter adormecido em uma posição nada favorável à minha estrutura corpórea.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dócil garota e feroz mulher

Um guia de navegação para a vida

The Goddess of Poison