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Mostrando postagens de novembro, 2021

Roubem-me!

   Na vida já me roubaram muitas coisas. Tantas vezes tomaram minha alegria com ameaças que me tinham sob a mira. Diversos momentos raptaram minhas certezas com desagradáveis surpresas. Ah, foram inúmeros os golpes e assaltos que me fizeram, mas agora parece que todos os sequestradores do mundo já se foram para um lugar em que meus passos não conseguem me levar. Ladrões desse mundo, onde estão? Pois nenhum de vós há intentado roubar-me minha tristeza. Já me surrupiaram tantas vezes, por que não mais essa? Poderiam vendê-la a outrem pelo preço de um terço do que ela me custou, poderiam descartá-la na próxima esquina, não me importo apenas roubem-me desta dor incessante.    Noites de rolar no colchão tornaram-se precursoras de repuxos na face, os sonhos mais usurpadores hoje me preenchem de alegria. Ah, tira-me um centavo de minha dor e eu te amarei milhares de milhões. Em um canto ou esquina, despoje-me de mim mesmo e, removendo-me de minhas vestes, depenando minhas posses, poderei ser

Às vezes...

 Às vezes eu me esqueço que a vida é muito curta para nos desgastarmos com contentamentos em vez de corrermos atrás dos nossos sonhos grandes e difíceis. Às vezes eu me esqueço que os dias bons e os dias difíceis vem apenas para ir. Às vezes... às vezes eu me esqueço que cada momento é um presente e a vida por si só já é uma dádiva. Às vezes, só às vezes eu cruzo com a novidade e, por um instante, existe encanto, fascínio e magia. Às vezes, mais frequentemente do que eu gostaria de admitir, eu me pego comparando o contínuo com o esporádico, me flagro melancólica desejando o raro e desprezando sua posterior forma de cotidiano. Ah, insaciável às vezes... às vezes sempre, você vem como uma promessa suspensa no tempo. Você é um rótulo temporário para um hábito em consolidação. Querido às vezes, você sempre foi o único a me prender a si por tanto.